domingo, 22 de fevereiro de 2009
Cabo Espichel ...
perdi-me pelo Cabo Espichel de mãos dadas com um sol maravilhoso e presa a um mar sem fim ... tudo isto na companhia das ruinas da alma ... "vai buscar" :P
(não sou profissional, mas tento...lol)
luz ao fundo do tunel...
onde, em segredo, o mar namora a areia...
porque não são só pedras que fazem o caminho...
vista do meu castelo...
varanda do meu quarto...
Tara Perdida ...
ainda não vos contei que fui ver Tara Perdida ao coliseu e foi uma noite fantástica cheia de surpresas ... imaginem um concerto destes Senhores em que eles depois da actuação se despedem e as luzes se apagam ... pensando todos que iamos ser surpreendidos por mais uma música ... eis que volta a média luz e o concerto segue em nada mais nada menos que ... acustico.... perfeito mesmo, especialmente por que não foram apenas mais uma ou duas músicas...
Abençoados 14 anos ... :)
a minha favorita dos Senhores ... mas é claro que a "batata frita pala pala" será sempre um clássico.
sábado, 21 de fevereiro de 2009
o amor cega-nos ...
o amor cega-nos ...
quando olhei para ti não pensei se eras baixo ou alto ... gordo ou magro ... o que fazias ... se tinhas borbulhas na cara ou não ... se daqui a uns anos ficarias careca ... se ... se ... se ... olhei apenas ... e senti aquele nervoso miudinho de quem se sentou à beira do precipicio pronto pra saltar sem saber se o paraquedas funciona ...
o amor cega-nos ...
no amor não pensamos muito ... talvez seja por isso que dizem que o amor é cego ... Tolda-nos a vista ... e deixamos de ponderar prós e contras ... e quando nos perguntam "o que viste nele?" somos capazes de ir aos promenores mais inocentes para justificar tal amor ...
o amor cega-nos ...
lembro-me do dia em que te vi pela primeira vez ... achei-te ... irresistivelmente tanso ... Ou um tanso irresistivel ... coisa que vim a comprovar 1 ano depois ... quando meteste conversa comigo na discoteca da moda ... Já "bebido", claro... Durante 1 ano pensei que tivesse sido mesmo o alcool que te neutralizou a vergonha e que te fez sair do teu estado de não meter conversa com as raparigas ... Mas o alcool só aflora a nossa personalidade ...
o amor cega-nos ...
dei por mim sem te controlar no meu pensamento ... Eis que me vem à cabeça o facto das moscas continuarem a ir em direcção à luz roxa ... mesmo que isso as mate ...
o amor cega-nos ...
um dia acordei contigo a meu lado ... a olhar fixamente para o postal que tinha na parede ... onde se lia "cada um tem o que merece" ... apenas me disseste "devo ter feito algo de muito bom pra te merecer ...
o amor cega-nos ...
vemos sempre o fim ... antes mesmo dele chegar ... O pior é mesmo quando não o vemos ... e mesmo assim ... ele chega ... Só aí nos apercebemos que há dores que doem tanto que acabam por deixar de ter os efeitos "passificos" que a dor tem ... o corpo habitua-se a ela ... e a alma é uma ferida aberta sem prazo para sarar ...
o amor cega-nos ...
"o problema era eu" ... constatações que se tiram quando alguem nos mexe nas "cartas de marear" e nos baralha a rota ... Mas nem sempre somos o problema ...
o amor cega-nos ...
e tu não me deixaste seguir ... Até agora ... E por me deixares ir é que eu sei que os passos que não consegui dar não era "fraqueza de pernas" ... e sim amarras tuas ... E mais uma vez dor ... Agora deixa-ma sentir por completo ... deixa-ma consumir completamente ... deixa-me desgasta-la e reduzi-la a memórias ... a aprendizagens ... Deixa-me ... Mesmo.
o amor não é cego ... mas o amor cega-nos ... e se às vezes o paraquedas funciona ... outras não ...
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
teimosias
"Tantas vezes, tantos dias
Por causa de temosia
Nós perdemos a vontade
De ouvir outra verdade
De deixar entrar o ar
Só pensando em acabar
Mesmo que fiquemos sós"
Xutos e Pontapés - Teimosias
só porque alguem resgatou esta música da minha memória e com ela compreendi que talvez a minha Mónica tenha razão ... talvez tenha metido mesmo na cabeça que nunca mais vou gostar de alguem ...
Não sei se isto é verdade ou não ... apesar da minha Mónica saber tudo, mas ... se for verdade, a minha teimosia nem sempre teima assim tanto ... e volta e meia é enganada pela saudade ...
... de uma forma ou de outra ... seja o que for ...
um dia, quando a ternura for a única regra da manhã
perfeito...
"um dia, quando a ternura for a única regra da manhã, acordarei
entre os teus braços. a tua pele será talvez demasiado bela. e a luz
compreenderá a impossível compreensão do amor. um dia, quando
a chuva secar na memória, quando o inverno for tão distante,
quando o frio responder devagar como a voz arrastada de um velho,
estarei contigo e cantarão pássaros no parapeito da nossa janela.
sim, cantarão pássaros, haverá flores, mas nada disso será culpa
minha, porque eu acordarei nos teus braços e não direi nem uma
palavra, nem o princípio de uma palavra, para não estragar a
perfeição da felicidade"
entre os teus braços. a tua pele será talvez demasiado bela. e a luz
compreenderá a impossível compreensão do amor. um dia, quando
a chuva secar na memória, quando o inverno for tão distante,
quando o frio responder devagar como a voz arrastada de um velho,
estarei contigo e cantarão pássaros no parapeito da nossa janela.
sim, cantarão pássaros, haverá flores, mas nada disso será culpa
minha, porque eu acordarei nos teus braços e não direi nem uma
palavra, nem o princípio de uma palavra, para não estragar a
perfeição da felicidade"
José Luís Peixoto
in "a criança em ruínas"
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