sexta-feira, 26 de agosto de 2011

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

"É apenas o começo. Só depois dói, e se lhe dá nome. Às vezes chamam-lhe paixão. Que pode acontecer da maneira mais simples: umas gotas de chuva no cabelo. Aproximas a mão, os dedos desatam a arder inesperadamente, recuas de medo. Aqueles cabelos, as suas gotas de água são o começo, apenas o começo. Antes do fim terás de pegar no fogo e fazeres do inverno a mais ardente das estações."

Eugénio de Andrade

trinta mil vezes cair ... do que não saber o que é amar!



Mesmo que ao beijar não sintas
O que a tua boca diz
Meu amor por mais que mintas
Nos teus beijos sou feliz

Porque Teimas Nesta Dor - Ana Moura

Parecida???!!!



Jordana Brewster

MUITO OBRIGADA!
"Para tão longo amor tão curta a vida"

Luís Vaz de Camões

MAS

"É tão curto o amor, tão longo o esquecimento"

Pablo Neruda

paixões











"you can't start a fire without a spark"

Bruce Springsteen


Pablo Neruda


Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

domingo, 7 de agosto de 2011

grandes esperanças

menina com estrelas nos olhos



a ouvir Maria Gadu - Shimbalaiê (como eu amo esta
Onde estás menina?
Perdi-te no meio da multidão. Mas sei que te vou encontrar porque, simplesmente, não sei viver sem ti!
Dizem os entendidos na matéria que todos nós temos uma criança dentro de nós que temos de mimar e cuidar ... essa criança é o nosso eu. se não cuidarmos dela, ninguem cuida ("se eu não gostar de mim, quem gostará?!" e é básicamente isso mesmo).
Eu perdi a minha criança, mas sei que não anda longe. Não pode.
Apetece-me rodopiar com ela de braços abertos, de olhos fechados, com o calor do sol na cara, com Shimbalaiê da Maria Gadu a tocar, com o cheiro de flores do campo ou de protector solar nas narinas e um sorriso do tamanho do mundo.
Talvez eu não seja certa mesma. mas é neste meu desacerto que me encontro. que sou eu! Quero sempre tanto. Quero sempre mais. Cada vitória é um sorriso é um "saber mais" mas é também um "e agora qual é o proximo passo?!". Secalhar acustumei-me demais a ser assim e já não sei ser de outra forma. Sou mesmo perturbada. Sou inquieta. Sou ambiciosa, mas a minha ambição anda de chinelo no pé, não de salto alto.
Tenho de ir ao Vietname. quero ir à baía de Halong, quero seguir por aquelas águas sentada na proa da embarcação. Sei que parte da minha criança está lá. Quero ir com a Mónica, com o Joaquim, com o Zé, com o Gonçalo "Pintas" e com a Maria. Quero ir com quem me entende. com quem fala a minha lingua. Preciso de ir.
Se perdi a minha criança foi só por instantes que podem ser dois anos. mas preciso encontra-la. não consigo viver sem ela.
Ela trás sempre as borboletas com ela. coloca-as na minha barriga e afasta os medos. faz-me sentir grande. faz-me sentir pequenina e ávida de ver, de sentir, de saber, de amar, de chorar, de me apaixonar, de me emocionar, de ter saudades, de querer ainda mais.
A vida não pára. Eu tenho todo o tempo para um dia ficar parada. Não agora.
Um dia a minha avó Géninha disse-me "quando te entrar um algodãozinho (aquelas florzinhas brancas que fazem tão mal às alergias e que andam a esvoaçar na altura da primavera e verão ... não sei o nome, que inculta lol tenho de ver) pela janela é sinal que o teu amor está perto". E curiosamente no outro dia, no meu escritório de segundo andar entrou uma dessas florzinha a esvoaçar e pousou na minha secretária. Nem se calcula a minha alegria. era como se fosse uma promessa de amor. amor à vida. de novo rumo. de novas guerras, derrotas e vitórias. Naquele momento acreditei no que a minha vó me disse um dia. e acredito.
Quero molhar os pés e fechar os olhos. não quero relógios. quero a minha filosofia do "bora lá" de volta, quero voltar a saber escrever. já não sei.
quero os teus olhos derretido nos meus.
quero-me de volta.

não quero ser peixe capturado que se debate pela vida e que já está a começar a desistir. quero lutar e cair na água outra vez.

não faço sentido. mas haja quem me entende. eu entendo mesmo nesta desarrumação de ideias.

entendo-me. agora só falta voltar a dar a mão à minha criança.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

perfeito.

"Passa de vez em quando uma rapariga numa vida, uma rapariga alta e morena, com cabelo até à cintura, que olha para trás e para nós como se nos pedisse para dizer "eu vou matar-me". E essa rapariga só precisa de um segundo, de um pequeno segredo, que nos esconde na alma, sem se importar com isso. E fica-nos para o resto da vida, presente em todos os instantes da vida, atravessada nas nossas poucas alegrias.Arruina-nos os amores, passando pelos quartos onde estamos deitados com raparigas muito piores e olhando por cima dos ombros como se tivesse pena de nós.Às vezes passa uma rapariga na vida que nunca mais deixa de passar, que nos interrompe e condena e encanta, sem saber o mal e o bem que nos faz e que nos fica na alma como aquelas pessoas que passam no momento em que se tira uma fotografia e passam a ser a pessoa que se fotografou (...)"

Miguel Esteves Cardoso


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