domingo, 7 de agosto de 2011

menina com estrelas nos olhos



a ouvir Maria Gadu - Shimbalaiê (como eu amo esta
Onde estás menina?
Perdi-te no meio da multidão. Mas sei que te vou encontrar porque, simplesmente, não sei viver sem ti!
Dizem os entendidos na matéria que todos nós temos uma criança dentro de nós que temos de mimar e cuidar ... essa criança é o nosso eu. se não cuidarmos dela, ninguem cuida ("se eu não gostar de mim, quem gostará?!" e é básicamente isso mesmo).
Eu perdi a minha criança, mas sei que não anda longe. Não pode.
Apetece-me rodopiar com ela de braços abertos, de olhos fechados, com o calor do sol na cara, com Shimbalaiê da Maria Gadu a tocar, com o cheiro de flores do campo ou de protector solar nas narinas e um sorriso do tamanho do mundo.
Talvez eu não seja certa mesma. mas é neste meu desacerto que me encontro. que sou eu! Quero sempre tanto. Quero sempre mais. Cada vitória é um sorriso é um "saber mais" mas é também um "e agora qual é o proximo passo?!". Secalhar acustumei-me demais a ser assim e já não sei ser de outra forma. Sou mesmo perturbada. Sou inquieta. Sou ambiciosa, mas a minha ambição anda de chinelo no pé, não de salto alto.
Tenho de ir ao Vietname. quero ir à baía de Halong, quero seguir por aquelas águas sentada na proa da embarcação. Sei que parte da minha criança está lá. Quero ir com a Mónica, com o Joaquim, com o Zé, com o Gonçalo "Pintas" e com a Maria. Quero ir com quem me entende. com quem fala a minha lingua. Preciso de ir.
Se perdi a minha criança foi só por instantes que podem ser dois anos. mas preciso encontra-la. não consigo viver sem ela.
Ela trás sempre as borboletas com ela. coloca-as na minha barriga e afasta os medos. faz-me sentir grande. faz-me sentir pequenina e ávida de ver, de sentir, de saber, de amar, de chorar, de me apaixonar, de me emocionar, de ter saudades, de querer ainda mais.
A vida não pára. Eu tenho todo o tempo para um dia ficar parada. Não agora.
Um dia a minha avó Géninha disse-me "quando te entrar um algodãozinho (aquelas florzinhas brancas que fazem tão mal às alergias e que andam a esvoaçar na altura da primavera e verão ... não sei o nome, que inculta lol tenho de ver) pela janela é sinal que o teu amor está perto". E curiosamente no outro dia, no meu escritório de segundo andar entrou uma dessas florzinha a esvoaçar e pousou na minha secretária. Nem se calcula a minha alegria. era como se fosse uma promessa de amor. amor à vida. de novo rumo. de novas guerras, derrotas e vitórias. Naquele momento acreditei no que a minha vó me disse um dia. e acredito.
Quero molhar os pés e fechar os olhos. não quero relógios. quero a minha filosofia do "bora lá" de volta, quero voltar a saber escrever. já não sei.
quero os teus olhos derretido nos meus.
quero-me de volta.

não quero ser peixe capturado que se debate pela vida e que já está a começar a desistir. quero lutar e cair na água outra vez.

não faço sentido. mas haja quem me entende. eu entendo mesmo nesta desarrumação de ideias.

entendo-me. agora só falta voltar a dar a mão à minha criança.

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