tanto que eu não te disse...

tenhu andado a pensar nisto .. tantas pessoas importantes (ou não) que passam por nós e a quem nós por receio, orgulho, vergonha, falta de confiança... acabamos por não dizer aquilo que realmente sentimos ... e que gostariamos de dizer ...

eu sou uma daquelas pessoas desbocadas que não prendem as palavras entre os dentes ... dou por mim e já as disparei, tipo balas ... para o bem e para o mal ... Às vezes sou bruta ... outras sou, o que já me chamaram, "intensa demais" ... Aos amigos ... a brutidade ... já faz parte do feitio ... e contrabalança com a minha meiguice (eheheh que convencida :P) ... Aos "cariños" ... a dita "intensidade" ... às vezes assusta ... outras apaixona ...

e porque hoje me apeteceu "desbocar-me toda" cá estou eu a confessar, mais uma vez, a minha personalidade antagónica ... que, apesar de ser uma completa envergonhada e muitas vezes pouco confiante (no campo amoroso) e portanto, achar muitas vezes ... "ah, qual quê ... não me liga nenhuma ... é demais pra mim ... vou lá e levo barra" ... Acabo sempre por lá ir "tocar com o dedinho no ombro" e dizer, por poucas palavras, e tipo criança ... "olha sabes ... eu gosto de ti!" ... tipo "só pra que conste" LOL

... ou sou uma corajosa ou tenhu um grave problema psicológico por resolver ... LOL o que é certo é que não posso deixar nada por dizer ... às vezes queimo-me ... como foi o caso da minha última paixão avassaladora (lol) ... que me disse "a tua intensidade assusta-me" ... lol ... mas o que é certo é que um dia em que "o vento já levou as poeiras do coração" ... estranha-se ... ;)

se calhar calei demais em tempos ... e o calar a nada me levou ... Falar pode também não levar a nada ... mas leva com certeza a mais do que o calar ... é a minha opinião.

ultima vez.

... enrrosquei-me em ti ... adormeci com o teu sabor nos meus lábios e açucar no coração ...

... acordei com o teu olhar em mim ... e a tua mão no meu rosto ...

... preenches-me ...

... mas não sei se suspirei ... como suspirava ...

Não sei se gosto de ti ...

Não sei porque não controlo ...

Não sei porque é tão bom ...

Não sei porque é que, naquele momento, te adoro ... e só me apetece encher-te de beijos ...

Não sei se é por não seres meu que te quero ...

Não sei o porquê daquela paz ...

... daquela perfeição ...

Não sei ...

... talvez não se explique ...

... mas sei ... que foi agora ... a última vez!

luz tosca ...

… a luz da rua ilumina o quarto escuro e deixa adivinhar o percurso das roupas, despidas, pelo chão …

… é inevitável …

… posso nega-lo, mas não o consigo esconder …
… continuas em mim mais do que era suposto …
… não continuas em mim de forma pacífica … ninguém disse que a paixão era pacífica … e será paixão? …

… e mais uma vez não reconheci a razão …

… não compreendo … nem sei se é suposto compreender porque é que os teus lábios continuam a arder nos meus … porque é que a tua pele continua a suar na minha … porque é que no fim de tudo vem a meiguice? …

… não é suposto …

… e volto mais uma vez para matar o que resta … e saio mais uma vez vencida neste jogo onde só pode haver quem perca … onde cada vez é mais intenso … onde cada vez é mais confuso …

… sei sempre quando vou receber uma msg tua … é incrível … é sempre no dia em que penso em ti … e é tão forte o pensar que sei que nesse momento também tu pensas em mim … e confirmo o … e é quando o sol se esconde e a lua promete guardar segredos que ouço aquele som abafado no fundo da minha mala … não preciso ver quem é … sei que és tu …

… devia conseguir explicar esta insanidade … talvez assim a conseguisse afundar num canto escuro da memória … e a “última vez” fosse realmente a última …