luz tosca ...

… a luz da rua ilumina o quarto escuro e deixa adivinhar o percurso das roupas, despidas, pelo chão …

… é inevitável …

… posso nega-lo, mas não o consigo esconder …
… continuas em mim mais do que era suposto …
… não continuas em mim de forma pacífica … ninguém disse que a paixão era pacífica … e será paixão? …

… e mais uma vez não reconheci a razão …

… não compreendo … nem sei se é suposto compreender porque é que os teus lábios continuam a arder nos meus … porque é que a tua pele continua a suar na minha … porque é que no fim de tudo vem a meiguice? …

… não é suposto …

… e volto mais uma vez para matar o que resta … e saio mais uma vez vencida neste jogo onde só pode haver quem perca … onde cada vez é mais intenso … onde cada vez é mais confuso …

… sei sempre quando vou receber uma msg tua … é incrível … é sempre no dia em que penso em ti … e é tão forte o pensar que sei que nesse momento também tu pensas em mim … e confirmo o … e é quando o sol se esconde e a lua promete guardar segredos que ouço aquele som abafado no fundo da minha mala … não preciso ver quem é … sei que és tu …

… devia conseguir explicar esta insanidade … talvez assim a conseguisse afundar num canto escuro da memória … e a “última vez” fosse realmente a última …