quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

vem ...





"Dá me de ti ... eu dou te de mim ..." foi o que um dia te pedi ... sem usar palavras ... usando apenas actos censurados ... desmedidos ... desordenados ... exagerados ... mas sentidos ... que sempre soube aumentarem o teu ego em detrimento do que pudesse vir ... do que pudesse ser ... E mm assim n me cansei de te tentar provar que ... entre o caus que te provocava ... tudo o que queria era que me desses a mão e viesses ... Viesses espreitar um outro mundo ... onde sentisses o "queimar" de um abraço ... que viesses e me deixasses rasgar essas tuas amarras invisíveis ... que viesses e me deixasses desorganizar essas tuas ideias imutáveis ... que viesses e me deixasses derreter no brilho do teu olhar ... que viesses mostrar me a complicação da tua simplicidade e a simplicidade da tua complicação ... que viesses e me revelasses o segredo das piadas para rir ... que viesses e me explicasses esses teus modos estranhos ... nem sempre humanos ... que viesses jogar comigo à bola na praia até esbarrarmos um o outro e ficarmos os três abraçados ... eu tu e a areia molhada ... que viesses e me contasses onde descobriste os "acordes das minhas notas" que tocas sem compreender a imensidão do essa melodia provoca em mim ... que viesses e me devorasses e me prendesses ... que viesses e percebesses que a minha irracionalidade não é louca é apenas resultado do vazio que me fazes sentir ... que viesses para eu mostrar que não és meu desejo ... pk não me nasces do ego ... és meu sonho ... pk me habitas a alma e me ocupas esse "órgão traiçoeiro" ... que viesses e me compreendesses para além do superficial ... que viesses e sentisses o roçar lânguido dos meus lábios no teu pescoço e aí estremecesses ... que viesses e partilhasses uma sanduiche de pão saloio misto e um pacote de Caprisone num qualquer miradouro caiado com vista para o mar e para o pôr do sol ... que viesses e que entre o vermelho e o verde do semáforo me beijasses até todos os carros apitarem eufóricamete ... que viesses e o cheiro do meu perfume (aquele que gostavas ... sabes?) te invadisse as narinas de tal forma que o ar que respiravas teria de ser perfumado com o meu aroma para te ser vital ... Mas não vens ... és pior que os gatos da rua que correm para de baixo dos carros quando alguém lhes tenta afagar o pelo ... não vens e a mim apetece me ir te buscar ... mas fico quieta ... talvez um dia uma nortada de traga pelo ar aos trambolhões até à minha rua ... até lá tenho te guardado numa caixinha que escondi numa das minhas prateleiras onde não chego ... assim não te vejo ... não custa (tanto) e não sinto (muito) a tua ausência ...

2 comentários:

Fipa disse...

tou como a juh, gosto tanto d te ler!=) que as palavras te continuem a vir assim, enquanto esperas e n abres essa caixinha, que crexas o suficiente para a poderes alcançar e depois sim, possas desfrutar do sentimento sem contrariedades ou mundos paralelos! =)

Anónimo disse...

O breve sentimento prova toda a essência inóspita, intemporal, “banal”, cosmopolita e exageradamente sentida para ser escrita e lida…

Interno de mais para que não o sinta como meu, porque na verdade sem te pedir autorização ou desculpa posterior, o teu viver/escrever é o meu sentimento durante a leitura, para que a dor seja minha, só mesmo minha, pois nem a divisão é passível de ser imaginada.

Que sensação de ser tuas letras, de ser apenas ar em toda uma atmosfera repleta de mim, que não pára de roçar em ti e que não me faz respirar mas sim sufocar em frases tão longas de paixão que no fim arruína toda a minha incapacidade de ilusão.