into ... you ...

hoje falaram me de ti sem que soubessem que era de ti que falavam ...

falaram de alguém tão livre ... de alguém com umas asas do tamanho das de um cavalo alado ... alguém com sede de conhecer o mundo ... alguém simplesmente genial ... alguém capaz de nos fazer voar ... alguém capaz de nos fazer sentir verdadeiros gigantes e nos mostrar a que sabe o céu ... alguém com mil e uma histórias e aventuras para contar ... alguém sobre quem um dia queremos falar aos nossos netos ... alguém com um conhecimento abismal ... mas alguém que jamais cruzará o nosso caminho pra ficar ...

vou-te confessar uma coisa ... tenho medo ... e embora medo não seja sinónimo de coragem ... (ainda que coragem implique sempre um pouco de medo) ... não sei se terei coragem para te continuar a conhecer ... ou se "abra agora os quatro piscas e faça marcha a trás" ...

surpreendeste me ... e a única coisa de que me arrependo ... além de todos os cortes de cabelo que fiz ... foi de não ter metido conversa contigo mais cedo ... numa altura em que a tua presença no meu dia-a-dia era uma constante provocada pela força do social e de uma licenciatura ...

hoje sei que aqueles olhos brilhantes e aquelas boxexas vermelhas eram fachada de alguém para lá de fenomenal ... para lá de genial ... para lá de único ... muito para lá ... e isso assusta me ...

não penses que com isto estou de alguma forma rendida a ti ... mas afectada sim ... afectada porque "não te pareces com nada" (lol) ... podia ser uma critica ... mas sabes que não é ...

afectada porque me fazes rir e sorrir ... porque me fazes sentir uma adolescente que sabe a vida pela frente sem olhar ao relógio ... porque me vais conhecendo como eu sou sem precisar de ser "diferente" ... porque contigo tenho coragem pra dizer algo tão delicado quanto "vou mijar ali ao pé do audi" (lol) ... e de quando voltar ao carro e abrir a porta calcular mal as distâncias e quase partir um dente (lol x2) ... de serem 4h da manhã e estarmos num carro numa qualquer esquina de Lisboa com uma qualquer vista invulgar e com conversas que não lembram ao diabo (colher ... zinha ... iich) ... e tantas outras que me fazem "tirar te o chapéu" ... porque me exasperas ... porque me tomas atenção ... e ainda que o exercício avaliativo te esteja no sangue ... vou me assim sentindo "nota dos teus apontamentos" ... e gosto ... e gosto que repares ... e gosto que decores ... e gosto ainda mais que depois de tudo isto me voltes a fazer rir e sorrir ...

vês ... romanceei ... vá goza! ... mas era impossível ser de outra forma ...
e não não quero ser tua amiga ... acalma te! ... apenas tento fazer o teu papel e "compreender quem és" ...
e não não te quero ... há coisas que há partida sabemos que não podemos ter ...

não sei até onde... e quando... e quero... e posso... ir contigo ... e tu sabes que timings não são o meu forte ... mas há de me surgir alguma ideia ...

... até lá vamos provocando "terramotos" que unem as "nossas ruas" ... e vamos morando no sorriso e nos disparates (despautérios ... lol) um do outro ... sem pensar muito ... eu sendo o teu "caso clínico" e tu sendo o meu "curso intensivo de vida e de aventura" ...

... não voes com o vento ... deixa te ser a viagem mais bonita que tomo mesmo sem a ter planeado ... e se a liberdade perdida duma cidade escura te souber a ferro de grades ... e a necessidade de fugires for maior ... vai ... e volta ... quero que venhas ... ensinar-me coisas novas e descobrir comigo livros, noites, discos, cheiros, filmes, frases, sabores, risos e sorrisos ... lembra te que o "teu" personagem do "teu" filme chega à conclusão que "a verdadeira felicidade é aquela que se partilha" ...